Aedes na Mira: Nordeste é a quarta região do país a receber oficina de implementação de projetos

A terceira e quarta Oficinas de Implementação de Projetos de Intervenção do Aedes na Mira reuniu 187 profissionais do SUS, tutores e gestores da região Nordeste em duas turmas ao longo da semana em Recife – PE. O primeiro grupo, que participou da oficina nos dias 22 e 23, reuniu alunos do Piauí, Bahia, Pernambuco e Sergipe e a segunda turma com integrantes do Ceará, Maranhão, Rio Grande do Norte, Paraíba e Alagoas. Dentre os 300 trabalhos de conclusão de curso que foram selecionados para participar do I Encontro Nacional do Projeto Aedes na Mira em julho deste ano, 95 são de profissionais que atuam em municípios nordestinos.

Um dos nomes presentes na abertura da segunda turma no Nordeste foi Paulo Dantas, primeiro presidente do Conasems e sanitarista que participou do processo de construção do SUS. “O SUS, desde a sua criação, mostra a importância da multidisciplinaridade dos serviços de saúde, de juntar conhecimentos e juntar pessoas para enfrentar problemas. Com isso, podemos concluir que a ação coletiva é inerente à natureza do Sistema Único de Saúde. Então, se não mudarmos os modelos de trabalho que setorizam a saúde, nós vamos trabalhar apenas para apagar incêndio, e o SUS é muito maior do que isso”.

Estiveram presentes nas oficinas os presidentes dos Cosems Pernambuco, Piauí, Sergipe, Rio Grande do Norte, Bahia, Paraíba e Alagoas, além do diretor do Conasems para municípios de pequeno porte, Murilo Andrade. O presidente do Conasems, Wilames Freire, participou da cerimônia de abertura da primeira turma e ressaltou em seu discurso que “nós estamos fazendo essas oficinas em todas as regiões do país porque acreditamos no potencial dos trabalhadores do SUS de capilarizarem essas informações nas suas localidades. Investir no profissional de saúde é a maneira que encontramos de transformar os processos de trabalho da forma correta, a partir de quem vivencia as necessidades da população e demandas de equipe diariamente”.

O conteúdo das oficinas foi elaborado para promover um olhar mais aprofundado sobre a integração em Atenção Básica e Vigilância em Saúde. As atividades propostas para os participantes discutem desde a importância da intersetorialidade nos serviços de saúde aos desafios para colocar em prática esse modelo de gestão multidisciplinar. Além de exposições dialogadas com especialistas, as oficinas se desenvolvem em torno de metodologias ativas que fomentam o protagonismo dos participantes na busca conjunta de soluções para os desafios enfrentados em seus territórios a problemas reais que são comuns a muitos municípios brasileiros.

Como pontuou a diretora da Vigilância em Saúde de Campinas e professora do Instituto de Pesquisa e Apoio ao Desenvolvimento Social (Ipads), Andrea Von Zuben, “tanto profissionais quanto gestores de saúde têm que pensar no indivíduo como um ser completo e complexo, que merece ser atendido por serviços integrados.”

Inscrições abertas

Até o momento, o projeto Aedes na Mira capacitou 13.253 alunos em 4.100 municípios em três vertentes: Combate ao Aedes na perspectiva da integração da Vigilância em Saúde com a Atenção Básica, Entomologia aplicada à saúde pública e Vigilância em saúde pública.

De acordo com último Boletim Epidemiológico divulgado pelo Ministério da Saúde, de 30 de dezembro de 2018 a 21 de setembro de 2019, foram notificados 1.469.605 casos prováveis de dengue no Brasil, um aumento de cerca de 600% em relação ao mesmo período do ano passado. O relatório também aponta que foram registrados 119.176 casos de chikungunya e 10.237 prováveis de zika.

É neste cenário desafiador que o Conasems abriu uma nova turma de capacitação com foco no combate ao aedes na perspectiva da integração entre Vigilância em Saúde e Atenção Básica.Serão disponibilizadas 2.500 vagas com inscrições até 8 de novembro. As aulas começam dia 11 de novembro. Para fazer sua inscrição, clique aqui.