Último ciclo de capacitação do Aedes na Mira em 2019 está com vagas abertas

 

A segunda Oficina de Implementação de Projetos de Intervenção do Aedes na Mira reuniu cerca de 140 profissionais do SUS, tutores e gestores dos estados da região Sudeste em Campinas – SP. Dentre os 300 trabalhos de conclusão de curso que foram selecionados para participar do I Encontro Nacional do Projeto Aedes na Mira em julho deste ano, 92 são de profissionais que atuam em municípios do Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais e Espírito Santo. As oficinas do Projeto Aedes na Mira seguem durante o mês de outubro e novembro. A próxima, reunirá as duas turmas do Nordeste em Recife, entre os dias 22 e 25 de outubro e no Sul, em Curitiba entre 12 e 13 de novembro.

Até o momento, o projeto Aedes na Mira capacitou 13.253 alunos em 4.100 municípios em três vertentes: Combate ao Aedes na perspectiva da integração da Vigilância em Saúde com a Atenção Básica, Entomologia aplicada à saúde pública e Vigilância em saúde pública. O presidente do Conasems, Wilames Freire, parabenizou os alunos e tutores presentes pelo empenho em propor soluções de trabalho que buscam mudar a realidade de saúde com práticas simples e reorganização do modelo de gestão. “O Aedes na Mira não deve ser uma capacitação com ação imediata. Nós estamos fazendo essas oficinas em todas as regiões do país porque acreditamos no potencial dos trabalhadores do SUS de capilarizarem essas informações nas suas localidades e transformarem, pouco a pouco, a realidade epidemiológica nas comunidades onde atuam diariamente”, justificou Wilames.

A médica sanitarista, coordenadora no Núcleo de Estudos em Políticas Públicas (NEPP) da UNICAMP e coordenadora do Instituto de Pesquisa e Apoio ao Desenvolvimento Social (IPADS), Carmen Lavras, ressaltou os números do projeto. “O Aedes na Mira surge em um momento crucial para a saúde pública brasileira: nós estamos vivendo o fortalecimento da Atenção Básica e a injeção de mais recursos nessa área. Com capacitação de qualidade nós temos a possibilidade de melhorar os níveis de integração e reduzir os danos das arboviroses na população”, explicou a professora.

O conteúdo das oficinas foi elaborado para promover um olhar mais aprofundado sobre a intencionalidade educacional, os macroproblemas e os perfis de competência necessários que podem mobilizar os atores envolvidos a encontrarem respostas para os desafios colocados aos gestores e trabalhadores da saúde, tanto em atenção básica, quanto na vigilância em saúde. Além de exposições dialogadas com especialistas, as oficinas se desenvolvem em torno de metodologias ativas que fomentam o protagonismo dos participantes na busca conjunta de soluções para os desafios enfrentados em seus territórios a problemas reais que são comuns a muitos municípios brasileiros.

Como pontuou a diretora da Vigilância em Saúde de Campinas e professora do Instituto de Pesquisa e Apoio ao Desenvolvimento Social (Ipads), Andrea Von Zuben, “tanto profissionais quanto gestores de saúde têm que pensar no indivíduo como um ser completo e complexo, que merece ser atendido por serviços integrados. A VS e a AB, por exemplo, têm que trabalhar juntas. Eu só consigo melhorar índices de cobertura vacinal, reduzir número de arboviroses nos municípios se as equipes de saúde compartilharem um mesmo objetivo de ofertar serviço multidisciplinar”.

Aedes na Mira em prática

Um bom exemplo da integração entre Vigilância em Saúde e Atenção Básica é o projeto desenvolvido pacientes acumuladoras em Campinas. A Secretaria Municipal de Saúde registrou um número crescente de pessoas no município diagnosticadas com o transtorno de acumulação e desenvolveu uma rede de apoio que parte desde o cuidado via Centro de Apoio Psico Social (CAPS), com acompanhamento feito por toda a equipe da saúde mental, até a atuação da Vigilância para o controle dos focos de proliferação do Aedes aegypti no quintal da casa desses pacientes. A experiência, que foi apresentada em Brasília durante o I Encontro Nacional do Projeto Aedes na Mira, será documentada em vídeo e divulgada nos canais de comunicação do Conasems e nas próximas turmas do projeto.

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