Aedes na Mira: turmas da região sul se reúnem em Curitiba-PR

A oficina é a última realizada pelo Projeto este ano. Brasília, Campinas, e Recife sediaram os encontros anteriores que reuniram alunos de todas as regiões.

A última oficina do Projeto Aedes na Mira aconteceu nesta terça (12) e quarta (13) em Curitiba-PR. Gestores, tutores e alunos da região Sul discutiram, principalmente, o papel dos municípios na Política Nacional de Vigilância em Saúde e a integração entre Atenção Básica e Vigilância. As palestras foram conduzidas pelos especialistas Fernando Aith e Andrea Von Zuben, além da secretária municipal de saúde de Curitiba-PR, Márcia Huçulak, que falou sobre a experiência de integração dos serviços no município. Durante a oficina também foram apresentados e discutidos os projetos de intervenção desenvolvidos nas capacitações.

A abertura contou com a presença do secretário executivo do Conasems, Mauro Junqueira, da representante do Instituto de Pesquisa e Apoio ao Desenvolvimento Social (Ipads), Carmem Lavras, das representantes do Cosems PR, Rosangela Treichel e do Cosems SC, Patrícia Silva. Mauro destacou que quase 4400 municípios participaram do projeto Aedes na Mira até o momento. “Gostaria de agradecer a todos que estão fazendo parte desse processo, não tenho dúvida que ao final do convênio vamos prestar as contas, renovar o projeto e dar continuidade nas ações”. .

Mauro também anunciou o lançamento do vídeo Aedes na Mira na Mostra Nacional de Experiências Bem Sucedidas em Epidemiologia, Prevenção e Controle de Doenças (Expoepi), que acontece na primeira semana de dezembro, em Brasília. “Os vídeos são sobre os projetos de intervenção apresentados e selecionados no Encontro Nacional Aedes na Mira realizado esse ano no nosso congresso. Os vídeos, assim como os webdocs, pretendem divulgar as ações para que mais municípios possam implementar”.

Integração ABxVS: planejamento e comprometimento

Fernando Aith, autor do Manual do Direto Sanitário, enfatizou que a política contra o Aedes deve ser uma política de estado e não de governo. “As ações precisam ser consolidadas e permanentes”. Aith também ressaltou que, além de trabalhar integrado com as outras áreas, devemos integrar também as vigilâncias. “Hoje tudo é dividido em várias caixinhas, claro que cada um tem sua expertise, mas devemos nos atentar a como os processos de trabalho estão sendo organizados”.

Andrea Von Zuben, ressaltou a importância de sair da zona de conforto. “Quem trabalha com vigilância precisa levantar da cadeira, entender como funciona o território, qual é a realidade sanitária do local, quais são os principais problemas e pensar em ações conjuntas e efetivas. A política não garante prática, então é necessário que o profissional tenha atitude”. De acordo com ela, o primeiro passo é cada um entender suas responsabilidades e tomá-las para si. “Só é possível fortalecer a integração se as equipes estiverem realmente envolvidas, precisamos estudar, pensar, discutir. Não teremos mudanças se continuarmos com comportamentos iguais, fazer diferente e propor algo novo é possível”.

Marcia Huçulak ressaltou a responsabilidade do gestor nesse contexto. “O secretário municipal de saúde é o responsável por organizar e envolver suas equipes, essa responsabilidade não pode ser transferível. As ações de integração devem estar na agenda da gestão como prioridade, ele necessita estar próximo do trabalho da sua equipe”. Segundo ela, o planejamento é um desafio extremamente necessário. “Além de planejar precisamos estar o tempo todo monitorando, coletando informações, avaliando e aprimorando”.

As inscrições para o último ciclo de cursos do Aedes na Mira continuam abertas.

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